Realinhando a Visão


          Como cristãos precisamos fazer uma avaliação profunda sobre a realidade e os desafios que enfrentamos em pleno século XXI. A situação atual da Igreja como instituição é preocupante, pois, em momento algum na história contamos com um número tão grande de pessoas frequentando os templos evangélicos, mas também em nenhum outro tempo vimos um superficialismo e relativismo tão assustador. Observamos com espanto a construção de verdadeiros impérios e de grandes fortunas em nome de Cristo, nos deparamos com todos os tipos de desvios doutrinários, vemos diversos segmentos evangélicos embriagados em conceitos humanistas que afrontam em todos os ângulos a santa Palavra de Deus. Com certeza o discurso de Jesus sobre as características dos últimos dias é uma descrição fiel da época atual. Portanto, faz-se necessário realinhar a visão.
          De maneira simplificada podemos dizer que o objetivo principal da Igreja na terra é ser uma representação do Reino de Deus entre os homens. Dessa forma compreendemos que mesmo reconhecendo a evolução da sociedade não devemos comprometer os princípios basilares do Evangelho. A mensagem de Cristo é atemporal, portanto, é aplicável a todas as eras do desenvolvimento da raça humana. Não pode ser mudada, nem tampouco melhorada, deve ser apenas contextualizada integralmente para o alcance do propósito divino.
          No século XVI a humanidade estava submersa na Idade das Trevas, quando pelos quatro cantos do mundo ecoaram os gritos da Reforma Protestante, que teve como expoentes principais Martinho Lutero e João Calvino. Naquela época a Igreja do Cordeiro estava sufocada por uma miscelânea de conceitos e práticas que nada tinham a ver com sua identidade original. Foi nesse cenário que homens e mulheres tementes ao Senhor se levantaram e se dispuseram a romper com tais paradigmas. Quando fazemos uma analise de toda a história do relacionamento entre Deus e os homens vemos esse quadro se repetindo ciclicamente. É óbvio que nada disso é espanto ou novidade para Deus, mas, assim como aconteceu a quinhentos anos atrás, precisamos realinhar a visão.
          Devemos sempre lembrar que Cristo é o cabeça da Igreja e nós somos o seu corpo, portanto, somos coadjuvantes, cooperadores e não protagonistas. Ele é o inicio, o meio e o fim e sem Ele nada podemos fazer. Fica evidente que é exatamente nessa mudança de foco que ocorrem os desvios doutrinários e a mercantilização da fé, pois, quando o ser humano busca controlar a obra divina, Deus afasta-se da mesma. Precisamos redirecionar o foco, pois somente assim alcançaremos a plenitude do que está reservado para cada um de nós.

Atualizada em 14 de Junho de 2013.

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