Em Reformas há 500 Anos
Há exatos quinhentos anos, o
monge católico, Martinho Lutero, afixava nas portas da catedral do castelo de Wittenberg
na Alemanha, as famosas 95 teses, que elencavam denúncias contra vários abusos
cometidos pela Igreja Católica Apostólica Romana em clara afronta as Sagradas Escrituras. A
intenção de Lutero inicialmente não era romper com a instituição, mas reformá-la,
o que sabemos não aconteceu. Esse momento deflagrou o movimento que se alastrou
por toda Europa servindo como ponto de partida para o surgimento de diversos
grupos organizados que logo receberam a alcunha de protestantes.
Uma marca comum aos reformadores
foi a adoção das “Cinco Solas”.
Trata-se dos cinco pontos centrais do movimento reformista: Sola fide (somente
a fé); Sola scriptura (somente a Escritura); Solus Christus (somente Cristo); Sola
gratia (somente a graça) e Soli Deo gloria (glória somente a Deus). Porém
faz-se necessário algumas considerações a esse respeito, pois a reflexão e o aprendizado
são indispensáveis no momento histórico em que vivemos.
Em primeiro lugar, o ato de
Lutero serviu de estopim para o movimento, mas não compreende a Reforma como um
todo, pois antes de Lutero, outros como John Huss e Wyclif, por exemplo, já defendiam o
retorno dos cristãos às escrituras e mesmo no tempo de Martinho, vários
expoentes já ecoavam os gritos da revolução reformista por toda a Europa.
Homens como Calvino, Zwínglio, Melanchthon, Bucer e tantos outros foram
fundamentais para que o protestantismo se alastrasse aos quatro cantos da
terra.
Outro fator a ser considerado é
que a Reforma, mesmo tendo o ato do ex-monge como marco inicial, não
cessou, pois não faz jus a um evento, mas a um processo que vem se estendendo
ao longo deste meio milênio e com certeza se desenvolverá até o retorno de Cristo.
A Igreja é muito mais que uma instituição terrena, é sim o corpo vivo de Cristo
em constante crescimento e por isso necessita estar continuamente sendo exposta
ao crivo da Bíblia para o ajuste dos seus passos.
Nos dias atuais continuamos
enfrentando muitos dos desafios combatidos pelos reformistas, pois em nosso
tempo os cristãos continuam sendo alvos das astutas ciladas do diabo. A Reforma
Protestante foi essencial para que a Igreja de Cristo rompesse o cativeiro
romano. De lá para cá muitos cativeiros foram sendo lançados ao chão pelo poder
da Palavra de Deus através da fé de homens e mulheres que dedicaram toda a sua
vida pela obra do mestre.
Devemos nos alegrar pela passagem
de tão importante data sem esquecermos dos desafios que estão à nossa frente.
Devemos nos inspirar no exemplo de fé destes servos de Deus, que mesmo em face
da morte não amaram a própria vida. Devemos olhar para o corpo de Cristo com o
mesmo zelo reformador e lutarmos com todas as forças para que a noiva do
Cordeiro seja apresentada santa, sem rugas e sem mácula no último dia.
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