Zygmunt Bauman e a "Modernidade Líquida"


Por Márcio Krauss

Zygmunt Bauman nasceu na Polônia, em 19 de novembro de 1925, em uma família de origem judaica. Sofreu com a perseguição nazista, fez parte do exercito polonês durante a 2ª Guerra Mundial. Estudou filosofia e sociologia, atuou como professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia. Morreu em janeiro de 2017, aos 91 anos, deixando uma vasta obra, repleta de ideias geniais.


Para explicar o funcionamento da vida, na pós-modernidade e refletir sobre as transformações do mundo moderno nos últimos tempos, Bauman utilizou o termo “modernidade líquida”. A ideia de liquidez aparece como metáfora para ilustrar a quebra, a velocidade, descartabilidade e efemeridade que marcam nossas relações com os objetos e com as pessoas na atualidade.

Se o projeto moderno “sólido” funcionou bem até a primeira metade do século XX, com a valorização dos padrões, das instituições, durabilidade e segurança. A modernidade líquida, que pode ter como divisores de águas: o movimento hippie e a queda do Muro de Berlim, emerge como a era da liberdade, incerteza, instabilidade e insegurança.

A nossa sociedade líquida, não está preocupada com tradições, ela é movida pela novidade. Os laços humanos ganharam contornos virtuais. Quantificamos a autoestima por meio de likes e seguidores. Dedicamos muito tempo aos nossos Iphones, tablets, notebooks. Tudo para combater o antigo medo da solidão. Assim, os contatos ocorrem via redes sociais, cujo o traço principal é a ausência de comprometimento. O próprio mercado de trabalho do século XXI é pautado pela liquidez, numa permanente incerteza e medo de ser substituído que atinge diariamente o trabalhador.

A solidez das certezas, assim, foi substituída pela liquidez do momento e até o amor se tornou líquido. Veja como os relacionamentos são frágeis, inconstantes, instáveis, vazios e volúveis, onde as pessoas são tratadas como objetos de consumo que geram prazer para logo em seguida, serem descartadas. Somos cada vez mais imediatistas, hedonistas e narcisistas. Assim, o prazer e o consumo caminham lado a lado ditando o ritmo de uma vida onde nada e feito para durar.

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